A madrugada traz aurora nos encontros O horizonte se adelgaça ao despacito O sol branindo já nasce todo encarnado De lombo arcado junto às barras do infinito. Depois que um trago de amargo me aquece a goela E o meu sombreiro se guasqueia sobre a nuca A cachorrada se alvorota retoçando Adivinhando o corcovo das "égua" xucra. As minhas esporas são feitio do Tiarajú Talvez por isso eu não refugue bolada As "garroneiras" eu tirei dum bagual mouro Metido a touro, que se matou numa bolcada. Mas foi da "anqueira" da lonca de um boi fumaça Que eu fiz com gosto, um sovéu bem "macharrão" Que se arrepia quando surge um desaforo De atar um namoro de cucharra ou de tirão. A cavalhada lá do posto é caborteira De vez em quando um crinudo de desgoverna Faz que se assusta e mete as patas nas macegas Ronca e se nega pra o "paysano" firmar a perna. Tem um lobuno e um baio cabeça preta Marca borrada contrabando da Argentina E um colorado que de longe me conhece "Inté" parece o diabo com couro por cima. Quando tem doma, a china me alcança as garras Reza por mim e aperta o nó do vestido Pra que o pai velho me proteja a cada volta Quando se solta corcoveando algum "bolido". Pra que o palanque que eu cravei em frente ao rancho Siga entonado a escorar golpe de potro Pois algum dia o destino me golpeia E me volteia pra alcançar garra pra os outros.