O canto dos sabiás nas laranjeiras Andorinhas caliandras e cardeais Além de aves, imagens de beleza Eternizadas na memória dos quintais Que também guardam o retrato dos vilões Sonegadores desse quadro a nossos piás Já vi dourados bailando no Uruguai Fisguei piava nas barrancas deste rio Beijei a Lua espelhada nestas águas Dança sagrada pão na mesa pros guris Pra janaína chorei inúteis mágoas Revolta braba como as cheias do Ibicuí Quero ouvir o canto dos sabiás Que o bodoque da maldade espantou Pescar dourados nas cachoeiras do Uruguai Que o veneno das lavouras consumiu Curar os males com a flora dos capões Que a navalha da inconsciência destruiu Minha prenda carrega em seus lábios O doce sabor das amoras e pitangas Pé de figueira retina de mil amores Flor de ipê meu de mirim campeira essência Foram presentes pelos matos desta pampa E dão sentido aos aos meus rumos e vivências Quero ouvir o canto dos sabiás Que o bodoque da maldade espantou Pescar dourados nas cachoeiras do Uruguai Que o veneno das lavouras consumiu Curar os males com a flora dos capões Que a navalha da inconsciência destruiu Curar os males com a flora dos capões Que a navalha da inconsciência destruiu