César Lascano

Visceral

César Lascano


Água mole, pedra burra...
Tanto bate até que sangra

Desculpe pelo ser humano
Desculpe pelo ser, humano
Desculpe pelo não saber
Desculpe pelo meu viver
De querer sentir, de querer andar
Desculpe pela teimosia
Pela minha covardia
Por esse minha mania
De querer respirar

Sigo cambaleando, combalido, constrangido
To fudido, mas não posso parar
Sigo andando, sem saber andar
Lá naquela linha
Onde o horizonte se confunde
O céu encontra o mar
Vou caminhar, caminhar
Sem parar, sem parar

Mas não peço desculpas pelo meu mal
Por assim visceral não quero saber

Não tenho culpa, esse é meu jeito
Eu sou intenso, a vida é uma só e eu quero viver

Se fuder, vai se fuder, to aí, vou seguir, não vou parar
Se não quer me ouvir, eu vou insistar, é melhor fugir
Eu vou gritar

Desculpe pelas minhas falhas
Desculpe minha navalha
Que às vezes eu carrego sem saber usar

Desculpe pelo meu saber
Desculpe por não viver
Por não crer em Deus
Por não saber rezar