Filho, você sempre quis Me levar pra cidade Pra desfrutar do conforto Que você conquistou Mas esse seu velho Que sempre viveu sem vaidade Quer findar a vida onde a sua começou Nessa casinha modesta Luz do sol e luz da lua Vendo a chuva lá na terra Sobre a natureza nua Mergulhado no sossego Desse velho aconchego Onde a vida continua Filho, ainda quero acordar Com o galo cantando E o latido do velho amigo Que não me abandona Depois de um dia de trabalho A noitinha chegando Na varanda pontear A viola na velha poltrona Contemplando o lindo filme Que você vive a contar Que tem lua prateada E estrelas a mostrar Que em meus olhos tem o brilho Dizendo pra meu filho Que aqui é meu lugar Filho, eu quero Que quando chegar o meu neto Dê a ele o conforto que me ofereceu Quando ele crescer Eu te peço pra mostrar de perto A beleza desse paraíso onde você nasceu Essa casinha modesta À luz do sol e à luz da lua E a chuva lá na serra Sobre a natureza nua Mostre a ele o infinito Esse filme tão bonito Que ainda continua Esse é o meu pai