Desse jeito que eu estou Nem sei se Deus me aceita lá no céu O vazio que você deixou Me largou na mão com meu chapéu E ao léu eu vou levando a vida Estou largado e vivo a rastejar Vou alimentando a ferida Com bebidas, no balcão de um bar Tem horas que eu não sei se é noite Uu se já é dia E a voz no fundo do poço É a luz que me guia Bebendo, vou me divertindo Com a solidão Perdendo a noção do tempo E da razão Você se transformou num gole Prole de serpente E a mardita quer que eu me esfole Quer que eu me arrebente Um trapo humano eu sei que sou Até a minha mãe eu chamo E a cada trago que eu dou Mais eu te amo