Não é ouro nem diamante, é grão de areia Pois tudo isso para mim é ilusão Não são de ferro nem de aço minhas veias Não é de pedra meu pobre coração O diamante corta o vidro, corta o aço O ouro compra quase tudo nessa vida Mas nada disso compra esse meu fracasso Pois em meu peito a paixão formou ferida Cada palmo, cada pedra dessa estrada Tem uma história sepultada junto ao pó Um homem triste vai seguindo a caminhada Na longa estrada, leva a vida assim tão só Nem o sereno, nem a chuva, nem o vento Sabem ao certo por que levam a vida assim Felicidade já não ouve meu lamento Há muito tempo ela separou de mim As nuvens claras, montanhas e campinas Ficam me olhando quando vou estrada afora Lá vai um vulto, oh meu Deus, que triste sina Aceno, dobro a estrada e vou embora Mas tem a chuva, tenho o vento como amigo Que apaga o rastro, e leva tudo de rodão Pode apagar todos os vestígios de um mendigo Mas não apaga a cicatriz de uma paixão