Cezar e Paulinho

A Freira

Cezar e Paulinho


A noite caindo
O frio aumentando
Alguém está rondando
Um leito de dor

É um vulto de branco
Pisando com jeito
Levando pro leito
Carinho e amor

Pra todos os doentes
A madre é tão bondosa
Também muito carinhosa
Está sempre a sorrir

Deixaste lá fora
Todas as coisas que são banais
Porque são os hospitais
O que mais precisam de ti

E quando se escuta
Soar campainha
Contente caminha
Pra dar proteção

Parece uma santa
Em volta do berço
Nas contas do terço
Fazendo oração

Vai esta homenagem
Para a madre vestida de branco
Que vive enxugando o pranto
Dos nossos irmãos doentes

Por entre gemidos
Na noite que é tão gelada
Caminhando ainda cansada
E mostrando estar doente

Porém cabisbaixa
Vai lá para um cantinho
Rezando bem baixinho
Para alguém que morreu

E segue pra um quarto
A santa de branco, correndo
Alegre, vai dizendo
Senhora, seu filho nasceu