Tu que não tivestes a felicidade Deixa a cidade E vem conhecer Meu sertão querido, meu reino encantado Meu berço adorado Que me viu nascer Venha mais depressa, não fique pensando Estou te esperando Para lhe mostrar Vou mostrar os lindos rios de águas claras E as belezas raras Do nosso luar Quando a Lua nasce por de trás da mata Fica cor de prata A imensidão Então fico horas e horas olhando A Lua banhando Lá no ribeirão Muitos não importam com esse Luar Nem lembram de olhar O Luar da serra Mas esses não vivem são seres humanos Estão vegetando Em cima da Terra Quando a Lua esconde logo rompe a aurora Vou dizer agora No amanhecer Raios avermelhados riscam o horizonte O Sol lá no monte Começa a nascer Lá na mata canta toda a passarada E lá na palhada Canta o xororó O rei do terreiro abre a garganta Abre a asa e canta Em cima do paiol Quando o Sol esquenta cantam as cigarras Em grande algazarra Na beira da estrada Lindas borboletas de variadas cores Vêm beijar as flores já desabrochada Nesse pedacinho de chão encantado Foi abençoado Por Nosso Senhor Que nunca nos deixe faltar no sertão Saúde e união A paz e o amor