Eu já li os sertões de euclides da cunha Já li kafka, a bíblia, machado de assis Mas aprender sobre mim mesmo Foi a maior das leituras que já fiz E ganhei um grande presente da vida Faço história, sou dono do meu nariz Hoje eu vejo muitos bonecos Cantando com voz de bezerro desmamado Fazendo careta, se espremendo Como se estivessem com os testículos esmagados Seguindo a cartilha de um sistema podre E pregando um amor banalizado Eu já estou de saco cheio de ver Rock’n roll de guitarra sem atitude São toneladas de estereótipos sem cérebros Desesperados atrás da juventude Onde está a verdade desta gente Que Deus venha logo e nos ajude Eu já naveguei pela internet Já sei o que é byte, rede social, download, Conheço o computador Mas aprendi que a verdadeira evolução É aquela que vem do interior Capacidade de analisar a situação Despertar, consciência, essência, amor Um outro dia na avenida central Um camarada me indagou Se eu não sou um artistazinho Eu respondi que eu nunca quero ser um artisticuzão Dominado pela incapacidade de um monte de cérebros mesquinhos Eu não vou fazer putaria, troca-troca, jabá, romanticuzinho Porque entra ritmo e sai estilo E permanece a mesma composição É dor de corno, chifre, erotismo, ideia sem conteúdo Assassinato do senso crítico, masturbação É a cultura do empurra goela abaixo Futilidades, burrice, exploração E eu já vou parando por aqui Deixo meu abraço à todos que me querem bem Que me desculpem aqueles a quem eu não elogiei Quem sabe eu possa dizer no ano que vem Porque eu não quero ser chamado de puxa-saco Eu não sou advogado de ninguém