Quanta saudade E lembranças lá de fora Da escolinha e das horas Que passei no meu rincão Quanta saudade Da igrejinha que eu rezava Onde o pai nos comandava A fazer uma oração Foram passando Os meus tempos de guri Eu chorei quando me vi Perdido neste lugar Onde as pessoas Já não prezam a moral Numa vida de animal Inconsequente e sem amar Cadê os brinquedos Das fotos de pequeno Hoje tudo o que eu tenho É saudade e solidão Busquei ser livre No sonhar de tanta guerra Até hoje ela espera Neste mundo de ilusão Nas pescarias Nas enchentes do riacho Que bonito que eu acho Simplesmente acabou E os bois mansos que puxavam o arado O bodoque arrebentado De caçar já se cansou O namorisco que se tinha aos matinês A procissão com seus fiéis Com a seca do lugar O lava roupas que a mãe tinha lá no poço E os lambaris num alvoroço Inticando o seu lavar Cadê os gritos E o cantar da bicharada A lembrança de uma enxada Atirada no porão Lãmpião aceso Nos filós que se fazia Era um mundo de magia Pra quem tinha coração