A flora agressiva abre ao sertanejo Um seio carinhoso, amigo, benfazejo Na terra quente todos os recantos se abrem Imenso lar sem-teto node todos cabem árvores, minhas velhas companheiras festivas abraço-as cercado de relações antigas conheço-as todas, juntos nascemos, morremos irmamente nas dificuldades crescemos lutando nas mesmas agruras, cansaços sócios dos mesmos dias remansados sombra escassa dessas derradeiras folhas dá, desaltera, abranda-me umbu, me acolha araticum, ouricuri virente, mari elegante quixaba de frutos pequeninos a fartura garante palmatórias, mandacarus talhados folhas de juá sustentam o cavalo juás que dão ao rancho provisório cobertura caroás que fazem cordas resistentes armaduras se preciso a despeito da noite avançar o olhar afogado no escuro caminhar lobrigar a fosforescência azulada das cunanãs como lâmpadas grinaldas fantásticas terçãs acendo um ramo de condombá agito pelas veredas pra iluminar espanto as deslumbradas suçuaranas com o archote fulgurante, caninanas pletora da natureza proteja-me sertanejo talha-me como Anteu num indomável lampejo deflora a marcha dos exércitos assombrados fazendo-me um Titã bronzeado