Quando alço o pé no estribo não tenho patrão nem dona Meu flete conhece o rumo da min'alma querendona Cruzando e riscando atalhos dormindo sobre a carona Talvez nem morra comigo essa ancia redomona Um mouro cria de "ajja "que entende dos meus enredos Tem andar de bailarina que anda na ponta dos dedos Florão de campo e estrada pronto pra tudo e sem medos Por isso se estou montado sou nós dois e meus segredos Lida bruta e cara feia não me achica nem me assusta Quando alço o pé no estribo qualquer retoço me gusta Escramuço o mouro negro num baile de rancheirio Um teatino só de olvido perde o rumo num bugio Um panorama na sala pra curar qualquer fastio Se alegra canta e retova minha alma de campo e rio O dia destapa a cara por tras dos serros fronteiros Dou de rédeas rumo ao rancho num galopito chasqueiro Deixei um trato em aberto pra um rodeio de janeiro Uma ruiva andar de garça luar nos olhos bregeiros