Os jasmins da palavra jamais (1) Sei que são flores, mas não sei quais Os amores terminando em ais Rangem muito, lembram demais O calor da palavra paixão Às vezes vem, às vezes vem não Com a palma da palavra mão Vez em quando bato, vez em quando não Os dedos da palavra guitarra A onda aplaina a onda na barra A tarde quente da algazarra Explode a cigarra Se não é sinceramente A boca fala, o olhar desmente O bote da espiral serpente Desenrola o ar repentinamente Mas a dor da palavra jamais Quero sentir nunca mais, nunca mais O adeus da palavra cais Quero ver nunca mais, nunca mais Se a corda é velha, não afina 'se não afina, não tarantina' (2) Fia, sacola, geraldo e titina: - água lá em casa, na bomba, na mina Hora enluarada A palavra morro passa a boiada A lua da noite surge Sãodomingosprateada Mês de outubro esquenta A palavra rio enche e aumenta Céu arrebenta, eu pego e enrolo E fumo as copisas sem fim Era tarde no meio do nada Era uma sombra de luz apagada Nenhuma voz, era a hora marcada Era um redimunho na estrada Aquilo, então, tava ali contra mim? Desconcordei, apeei, contravim Disarriei, voei, zepelim Eu e mais eu, mais ninguém, eu sozim Tarde iluminada A seca torra toco e capim Eu subo a serra e pego e enrolo E fumo o horizonte sem fim Tarde terminada A palavra passa a encruzilhada E some sozinha a pé na estrada E cessa de mim.