Todo vinte de janeiro Nos altares e terreiros Pelos campos de batalha Uma vela pro divino O imperador menino Um Sebastião não falha Nas marés, o desejado Infiéis pra todo lado Enfrentou a lua cheia No deserto, um grão de areia Dom Sebastião vagueia Sem futuro, nem passado Renasce sob nós, um caboclo encantado Na praia dos lençóis, é o touro coroado Vestiu bumba-meu-boi Até mudou o fado No couro do tambor foi batizado Poeira, ê! Poeira! Pedra bonita pôs o santo no altar Sangrou a terra, onde a paz chorou a guerra Mas ele vai voltar! Rio, do peito flechado Dos apaixonados Rio-batuqueiro Oxossi, orixá das coisas belas Guardião dessa aquarela Salve o Rio de Janeiro! Orfeus tocam liras na favela A cidade das mazelas Pede ao santo proteção Grito o teu nome no cruzeiro Ó padroeiro! Toda minha devoção! No Morro do Tuiuti No alto do terreirão O cortejo vai subir Pra saudar Sebastião