Meu sangue é azul, é forte, é guerreiro Veio de lá Nos porões dos negreiros Nações Unidas canta em uma só voz Negros somos todos nós África mãe que nos gerou Regidos pelos guardiões da fé Para cumprir o que o ifá lhes revelou Singram os mares pra espalhar o seu axé Tambores anunciam a chegada Do povo que o tumbeiro carregou Alguns não resistiram a jornada Mas a negra fé se perpetuou Nas terras Brasil, lamento no ar Buscam a força nas rezas pros seus orixás Orixás E o negro canta e dança pra se libertar E carrega a esperança no seu patuá Ogum guiou zumbi e Tereza de Benguela Mas senzalas hoje em dia são favelas Guiado por oxum deusa do ouro Brilha na avenida nosso povo Nos campos, nas telas, nas pistas Tantas belas conquistas Nosso canto é herança, não se cala Valeu, Ciata Xangô é justiça, é igualdade Quebrando os grilhões da realidade Negro vai mostrar o seu valor Kaô kabecilê xangô