Célio Roberto

Guasca de Fora

Célio Roberto


Senhores não levam a mal os versos que eu canto agora
Quem já conhece o ditado eu sei que não ignora
E pra aquele que não conhece eu explico sem demora
É que um gaúcho pilchado
O povo está acostumado a chamar guasca de fora

Com meu lenço no pescoço bombacha bota e espora
Fui num baile de magrinho num salão em Santa Flora
Quando cheguei o porteiro disse: Pode ir embora
Voltei no mesmo caminho
Por que em baile de magrinho não entra guasca de fora

Já foi aquele entrevero no salão em santa Flora
O Guasca entrava pra dentro e tiravam o guasca pra fora

A turma já perguntaram de onde é essa caipora
Dei um tapa no porteiro e disse eu entro é agora
Fiquei parado num canto mais ou menos meia hora
As moças todas me olhavam que baita guasca de fora

O guasca entrava pra dentro tiravam o guasca pra fora
E o povo todo gritava olha lá o guasca de fora

As moça gostam de fato é de guasca que namora
Fui dançar com uma magrinha mas a mãe dela se estoura
Prendeu um grito bem alto minha filha vamos embora
O povo está reparando
Por que você está dançando com essa guasca de fora

Quem não gostou dos meus versos não ri não fale não chora
Por que o assunto de guasca ficou declarado agora
Não precisam embravecer estou me arrancando embora
Deixo um abraço por povo
E um dia volto de novo cantando guasca de fora