Célio Azevedo

Mundv Nova (Atos Predatórios)

Célio Azevedo


E quando encontro-me só, estou preso
Teus olhos continuam a me olhar sem parar
Assim sempre claro
Deixas-me sem ar

Ao acordar sinto uma dor no peito
Sinto meu sangue correndo
Queimando-me e te agarrando junto
Procurando um lugar para sair

Sinto que sei o que quero
Nos teus olhos, teu espírito
Girando-me de um lado para outro
Não há outro meio de suportar a dor

Há uma luz no fim do túnel
O túnel é comprido
De um lado a cruz do outro a tempestade
Onde a razão já não existe

Mostre-me o lado certo
Pois perdi minha visão
E sem a tua luz eu me apago
Sem a tua voz eu me calo

Contra tudo e contra todas as mentiras
Que já me fizestes sonhar
Contra todas as mentiras que me fez dizer
Tenho instinto!

Mas às vezes tenho medo do que sinto
Talvez saibas que me olho no espelho
Para que eu possa ver
Todas as coisas jogadas pelo ralo

Já me enganei, menti
Sofri, amei. O tempo passou
É que ainda estou vivo

Os teus olhos mostram a direção
Que não foi o caminho que escolhi
Você fica com o resto
Ou até com um pouquinho mais do que mereces ter

O mundo das coisas como enxergas
Tece os desafios da vida
Que são como nuvens negras no inverno frio
Achando que tens um ser supremo

Devia achar que tens um monstro
Achando que tudo é belo
Você acha que está certo
E que errados todos são

Tirem todos daqui! Tirem todos daqui!

Para que existem mártires injustos?
Perdi meu pensamento, perdi meus sentidos
Quando tive o pagamento das pessoas que já gostei

Roubam almas, sem andar
Faz mudar coisas e pessoas
Formam um anticristo rico

Há imaginação agora
Segure a minha mão
E passe-me a corda

Outra vez

A morte