Foi como um traste que pintaste a quem me espelha Foi nosso o mártir varrido da história Tudo sucumbiu à sua força embusteira E Deus e o diabo é quem veio nos governar Orangotango, mulato, muli, mulambo, pé-rapado saltimbanco, cara-de-pau-de-arara Cabocla, negra, feia estúpida paisagem E nada salva a mestiçagem da mestiçagem sarará Globalizaram a ferro e a fogo a aldeia E continua a Globo a categuizar, mulato Negro, mestiço só na cozinha ou na cadeia Cachinhos d'ouro é o tipo nacional. Exporta samba, mulata, telenovela Café, o sexo dela é produto nacional Véio trapaceiro, anti-semita, ruralista Da Europa centralista dividir o império do carnaval. Veio com mil dardos essa multidão aflita Esperneando uma multidão sem cabedal Que hoje é pálida, murcha e parasita e se diz bendita a raça superior tradicional. um vaso que se quebra é como quem odeia os cacos ferem sangram até cicatrizar e a planta que se colhe é a que se semeia e olho por olho é o dito popular.