Célia e Celma

Alpendre da Saudade

Célia e Celma


Às vezes fico
No alpendre da fazenda
Contemplando a vivenda
Onde eu era tão feliz

E bem na frente
Num barranco ao pé da estrada
Foi passagem de boiada
Tão pisado e o chão me diz

Por quê? Por que você mudou?
Por que se afastou de mim?
Eu sou apenas uma estrada
Não sou mais pisada
De tão abandonada, enfim
Eu sou apenas uma estrada
Não sou mais pisada
De tão abandonada, enfim

O que me adianta
Esse alpendre da fazenda
Que eu troquei pela vivenda
Por ser tão cheia de pó

Mas era um pó
Cheio de felicidade
Hoje é o pó da saudade
E eu chorando aqui tão só

Eu sei, eu sei qual a razão
Pois o meu coração me diz
Mas quando eu pego na viola
Ela me consola
Ela é o que me faz feliz
Mas quando eu pego na viola
Ela me consola
Ela é o que me faz feliz