Nasci em Pernambuco e vim para o Rio de Janeiro Sofri, fui castigado pelas mãos do fazendeiro Na Lapa me criei! Liberdade nas ruas encontrei! Nos Cabarés e Casas de Tolerância Proteção e confiança Dignidade conquistei Joguei capoeira, fui o Rei da Boemia Usei camisa de seda e chapéu Panamá Venci preconceito, vesti fantasia! Na arte de representar! No Teatro de Revista, fonte de inspiração Promessa de um jovem artista Nos palcos a consagração! Fui transformista, Malandro e Meretriz! E de Morcego, os Meganhas encantei! Hoje, nesse palco da folia, faço a multidão sorrir! Seja noite ou seja dia! As cortinas vão se abrir! Vou me acabar nessa Avenida O meu Canários é a razão da minha vida! Sou a rainha da noite ao sol da manhã Muito prazer, sou Madame Satã!