Sempre gostei das mentiras que você dizia pra mim Sempre assisti aos filmes que você achava ruim Sempre sonhei com aquele beijo que você não me deu Sempre rezei pra todos os deuses que você nunca creu Sempre bebi todas as doses que você rejeitou Sempre lutei por utopias que você tantas vezes negou Sempre reli aquele livro que você nunca acabou Mas ainda assim, sinto falta de ti Sempre ri das piadas mais tolas nas horas impróprias E nunca engoli a vergonha de artimanhas inglórias Mas nunca esqueci daquilo tudo que outros tantos logo esquecem E nunca pedi nada daquilo que você não pudesse me dar Vejo a verdade como algo relativo, mas nem tanto assim Sempre busquei um samba- blues no lugar desse seu pop tão frívolo Mas nunca evitei saborear desse teu doce veneno no umbigo Do amargo provei quando colhi a tempestade que outro alguém semeou Vou lhe entregar um ramalhete de flores de fogo que a chuva apagou Mas ainda assim, sinto falta de ti