As estrelas, eu disse uma noite Vós não sois, me parece, ditosas! Essa luz que verteis, tristemente Nos revelam ternuras dolosas! Vós orais em perenes trituras? Como os homens de certo sofreis! Pois, que lágrimas são essas luzes Que, de noite, silentes, verteis! Vós, que vistes os deuses nascerem Precursores de nossos avós Derramais esse pranto fulgente Por sofreres também como nós? Das irmãs, que parecem vizinhas Cada uma de vós longe está! Essa chama, vertida em silêncio Não consegue chegar até lá! Vós chorares por sentirdes saudades De outra estrela, que além vi brilhar! Eu bem sei, eu entendo esse pranto Sois das almas irmãs no penar! Como vós, muitas delas, distante Das irmãs que na mente estão perto Solitárias, cintilam nas noites Do sofrer, em profundo deserto!