Quanta saudade sinto dentro do meu peito Que os longos anos acumulam sem piedade A flor do tempo branqueando meus cabelos Deixando longe, muito longe a mocidade Querido pai, velho tropeiro dos pampas Que me ensinou a seguir teus ideais Eu continuo nesta vida tropeirando Desde quando deste adeus pra nunca mais Eira boi, eira boiada Teu canto é um eco ressoando nas estradas Eira boi, eira boiada Teu canto é um eco ressoando nas estradas Sei que tua alma vai chorar junto com a minha Nesta canção ouvindo a história que conto Nosso cavalo virou um carro moderno E a boiada estes versos que reconto Eu prometi continuar a tua lida Infelizmente aqueles tempos mudaram Nossa carreta o motor parou no tempo E as tropeadas assim também se acabaram Eira boi, eira boiada Teu canto é um eco ressoando nas estradas Eira boi, eira boiada Meu canto é um eco ressoando nas estradas Nossa fazenda hoje é uma gravadora Nosso galpão é um estúdio bem montado Aonde eu choro cada vez que gravo uns versos Pressinto sempre ouvir o berro do gado Esta letra escrevi quase chorando Pra quando alguém escutar numa toada Ver o lamento do tropeiro que hoje existe Cantando triste sem cavalo e sem boiada Eira boi, eira boiada Teu canto é um eco ressoando nas estradas Eira boi, eira boiada Teu canto é um eco ressoando nas estradas