É, João Realmente não dá pra saber Quando vem ou não vem lancinante A necessidade angustiante De traduzir o que a alma quer dizer É, João Demorei pra entender o valor de uma canção Cuja obrigação é ser Pra que calar a voz do peito Não é defeito ser urgente Principalmente quando a luz é verdadeira (Sem jeito me permito indolente) E nos permite olhar pra frente (Dialogar contigo impunemente) É, João Me ensina a criar sem temor Pra que um dia eu também seja espelho e um dia eu também seja espelho Meu samba será firme e vermelho Da hemorragia incurável e indolor É, João Hoje sei respeitar o clamor do coração Pra soltar a voz e cantar o amor