Um verso arisco, bagual me pateou no tirador Mas eu que sou domador lhe tirei o corpo fora Quase me enredo na espora, mas de novo me aprumei Cortei os cascos e tosei pra soltar garganta a fora Nas canhadas dos acordes os meus versos são tropilhas Grameando trevo e flexilhas, molhados de serenal Que saem do pajonal, mosqueando sonhos e ânsias Pra retornar nas distâncias, pisoteando o macegal Ou rebanho que encordoa saindo do parador Como o sol no partidor mostrando o todos para o dia E a primeira melodia do canto de uma cigarra Que tem alma de guitarra, som de grota e poesia Beber rumos e horizontes é o destino dos sensíveis Galopear sonhos incríveis, tropear a própria emoção Recorrer à imensidão, molhar sonhos desgarrados Que nunca foram potreados no chircal do coração