Ausências rebrotam nos rios que nascem em mim Boiando na força estradeira, caudal a andejar Os rios conduzem penares de nunca volver Sentindo, por terras estranhas, meu triste sonhar Um sonho norteia meus rumos, um dia volver Tornando, de pronto, a meus rumos e sonhos de aqui Que um dia deixei pra viver, nas léguas sofridas O pouco do muito que tive, que tive e perdi As águas levam meus sonhos, ausências largas Deixando um pouco de mim na corrente Crescente, barranca, espuma, camalotal Ponteiro e tropa cruzando vau Velhos recuerdos de ausente Rever meu rio, novamente quero escutar O som das águas, sentir o sol Queimar meus pés na areia quente Revendo meu rio novamente, voltar a sonhar Em brancas espumas dançando revolto o meu ser Tentando entender a razão que me fez ir embora Buscando no rio, meu agora, razão pra viver