Cartola o mundo ainda é um moinho As armas envelhencem como o vinho Tu se perder no caminho Observe os menor na endola cedo A barca passa não tem medo Nasceu sozinho vai morrer sozinho Quer ter dois pontos mas não quer ficar de exemplo Vidas são tiradas mais que ticket de estacionamento Quem vai pagar pra ver quem vai chorar ou sentir dor Alá Jesus postando stories mas comprando seguidor Mundo doido igual o cracudo da minha rua A vida fode igual essa puta na minha cama As vezes foge quando eu preciso de uma grana Mas é aquilo quem planta colhe A planta não te pede mais espera que tu molhe Não te dão nada e não espere que você roube Trabalha ás 7h e ás 23h da noite roda de 99 Por necessidade não hobby Hood esse é o verdadeiro Robin Meu amor Prometo voltar pra casa Só vou essa madrugada Mas veja pelo lado bom É que invés de vender droga Eu decidi vender palavra Olhe ao redor caos no meu bairro RJ sangue derrame Entrou pra boca sem volta Igual corte da Murassame Mar morto jovens cegos Capitães de Jorge Amado É doce morrer no mar mas é amargo morrer no asfalto Eu tenho contas para pagar Problemas para resolver Não posso correr E não posso contar com o estado Ainda procuro vacina Contra essa covardia No excesso de desafeto E na falta da empatia Amigos que se foram Ainda provocam nostalgias Trago oferenda pras ruas Eu sei que ela me guia Feridas abertas, igual ritual Kambô Katukinas sigo apenas vomitando rimas Peço proteção mas não Temo esse tal destino Peço que resista Quantas vezes desistimos Peço pra que dessa vez A vida não separe Os homens dos meninos