Timoneiro, prudência ao embarcar Não pense em navegar o mar, senão Ele lhe navegará! A missão não foi cumprida ou nunca foi essa? Talvez o equívoco esteja nos olhos de quem vê às pressas A indústria é como o mar, encanta, atrai e sutilmente arrasta Com capa despretensiosa do princípio afasta Engolimos vez e outra que o fim é o dinheiro Entala considerar que o fim justifica o meio inteiro Pensemos e repensemos: Nem tudo por moeda Ainda que o resultado seja uma desastrosa queda Deixa passar, nos erguemos de novo A música é popular e quem sustenta é o povo Ei artista, cuidado com a emboscada! Primeiro o dedo, a mão, o braço e, enfim, não lhe resta nada Pensemos e repensemos: Cuidado com concessão! Um vintém na nossa conta, na deles é um tostão Na deles é um tostão Timoneiro, prudência ao embarcar Não pense em navegar o mar, senão Ele lhe navegará! A incerteza do operário, ergue-se cedo Com a firmeza de garantir pão, leite e teto sem medo Quando vende-se a alma e princípios não há segredo O pão é frio, o teto é frágil e o leite é azedo Quem disse: Pra valer a pena, a pena tem que valer? Não é o preço do que se diz, o que vale é dizer Pôr mil canhões na cabeça de quem limita a liberdade Mais vale a verdade na mão, que ouro por falsidade Ei, artista! Faça a reflexão Se apenas um subiu na vida Reforça a regra sendo exceção Cada um por si Não nos levará a lugar algum A máxima é: Um por todos e todos por um! Timoneiro, prudência ao embarcar Não pense em navegar o mar, senão Ele lhe navegará!