Numa vila do interior No Triângulo Mineiro Morava Zezé Baiano Um senhor caminhoneiro Era ali considerado O melhor dos carreteiro Sua esposa era leviana Dos olhos claro e ligeiro Era ali sua morada E o marido nas estradas Viajando o ano inteiro Um dia chegando em casa De uma viagem ao Iguaçu Recebeu um forte abraço Da esposa Marilu Que contou-lhe uma história A mulher de olho azul Vamos ter um outro filho Será lindo igual a tu Pra realizar meu desejo Eu preciso dar um beijo No bico de um urubu Para ver ela feliz O possível ele fazia Contratou um caçador Ligeiro na pontaria E saíram procurando Para ver se conseguia Nas fazendas ali por perto Caçaram dois ou três dias Mas naquela região Nem no ar e nem no chão Urubu não existia E os tempos foram passando E o menino nasceu Quero ver o nosso filho A mulher lhe respondeu O malvado do desejo Destruiu o sonho meu Nosso filho nasceu preto Minha alegria morreu Pra sua mãe, dona Aurora Ele foi na mesma hora Contar o que aconteceu Meu filho, o tal desejo É uma barbaridade Quando eu tava te esperando Eu passei muita vontade De comer carne de boi Mas não tinha na cidade Pra você nunca contei A triste realidade Mas agora eu conto tudo Que você nasceu chifrudo Essa é a grande verdade