Para o senhor rei do gado Aqui vai minha resposta O que eu penso a seu respeito Eu não digo pelas costas O senhor saiu do bar Sem ouvir minha resposta Saiba que este seu criado Não tem medo de aposta Se eu ganhar qual é a vantagem? E perder ninguém não gosta O que disse o almofadinha Por mim não foi endossado Se eu quisesse lhe ofender Não ia lhe mandar recado Quem mexe com marimbondo Deve esperar o resultado Creio que o senhor se esquece Meu amigo, rei do gado Que o rei para ser rei Precisa ser muito educado É coisa que eu acho feio Um rico fazer cartaz Não me acanho em lhe dizer Que já fui peão em Goiás Já montei em burro xucro Até de cara pra trás Se eu tirar minha camisa No peito mostro sinais De guampa de boi cuiabano Lá na zona dos pantanais Quando eu vejo um cafezal Num poeirão de uma boiada Me orgulho ser imigrante Nesta terra abençoada Também já tomei cachaça Tirando boi de arribada Se a balança do Brasil Por café for ameaçada Eu corto meus cafezais Transformo tudo em invernada Deixe de apostar, amigo Não queira dar um passo errado Vamos lutar ombro a ombro Por este solo abençoado Apesar de eu ser estrangeiro Aqui quero ser enterrado Onde brota o ouro verde Nosso café afamado Que dá glória pro Brasil Além fronteira do outro lado