Ê mundo grande sem porteira Vara de pesca na mão Faço da espera ligeira Fisgando estrela no espaço E cometa rasteiro a levantar poeira Ê mundo grande sem porteira Faço de isca uma balão Da Lua minguante a peixeira Fisgando estrela no espaço E cometa rasteiro a levantar poeira Chocalho de cobra é picada Ferrão de abelha é também Caminho na mata fechada No peito fechado de alguém O gosto da cana cortada Colméia tem mel, mas também O sal tá no gosto da estrada No choro do olhar de quem vem Vem, vem, vem olhar pro Sol Vem secar o mar, o mar da sua retina Vem, vem, que a noite não Não fará da chuva, da chuva a sua mina E a mina nasceu da montanha Nascente me ensina a crescer Nas leis dessa força tamanha Estranha razão de viver