Minhas pernas estão tão cansadas É, eu sei o quanto eu andei A lama que sai de meus passos Não é de tão longe, é mesmo daqui Desta vizinhança, é o pó da partida Que trago comigo sob os meus botões Nos dedos que abriram milhões de portões Hoje eu estou de volta Não menos tranquilo Pois tudo aquilo que um dia almejei Estava a minha volta, agora eu sei Volta e meia, já meio cansado Pensei ter chegado ao fim desta estrada Mas eu estava errado, faltava uma légua De fé e esperança, faltava um punhado Daquilo que alcança Apenas o homem que traz em seu peito Seu teto, seu chão As chaves de casa em seu coração Hoje eu estou de volta Não menos tranquilo Pois tudo aquilo que um dia almejei Já estava a minha volta, agora eu sei O futuro é o presente que foge das mãos Passagem de ida, um trem na estação O futuro é o presente que foge das mãos É prerrogativa ou prorrogação