Tico-tico cantava, no meio da mata, de felicidade Dona mariazinha, bondosa vizinha, o mesmo fazia na cidade Saudade do tempo em que o tempo passava sem pressa de nada Como seria bom se ainda tivesse as cadeiras na calçada... Tico-tico calou, pois o canavial engoliu sua mata Dona mariazinha, agora sozinha, sem "la traviatta" fiquei E me certifiquei, o motivo maior do cantar é alegria Faz a vida sofrida sair da real e buscar fantasia... Tico-tico migrou pra cidade Inquilino da modernidade Ameaça trinados... tão logo abafados por tiro e buzina... Dona mariazinha, eremita virou Se mudou pras montanhas do katmandou A descrença no amor Alterou seu humor, alterou sua sina... E na zona urbana e rural atual O som que prevalece não é natural Tico-tico não quer, mas pra sobreviver, pia como pardal E na zona urbana e rural atual O som que prevalece não é natural Dona mariazinha não canta modinha em seu ritual...