Quando eu me lembro lá da fazenda Fogão de lenha a todo vapor No avarandado nos fins de tarde Ouvindo histórias com nosso avô Me dá um nó no peito e na goela E um marejado de embassá o oiá Quando a saudade vem do fundo d'alma, oi Feliz de quem tem coisa boa pra lembrar Veja lá, veja lá, veja lá, veja lá No monjolinho o espelho d'água A nossa imagem passa sem molhar Na liberdade de nós dois meninos Qual passarinho só pra gazear Me dá um nó no peito e na goela E um marejado de embassa o oiá Quando a saudade vem do fundo d'alma, oi Feliz de quem tem coisa boa pra lembrar Veja lá, veja lá, veja lá, veja lá Na noite grilos, sapos, violeiros E no terreiro a fogueira a quentá Ardia dentro dos meus lábios tensos Teus tenros lábios a me encendiá Me dava um nó no peito e na goela E um marejado de embassá o oiá Quando a saudade vem do fundo d'alma, oi Feliz de quem tem coisa boa pra lembrar Veja lá, veja lá, veja lá, veja lá Se o verso é triste, e o cantar doído E o meu sorriso até mudou de cor Só a memória consola o gemido Porteira aberta de quem já passou Me dá um nó no peito e na goela E um marejado de embassá o oiá Quando a saudade vem do fundo d'alma, oi Feliz de quem tem coisa boa pra lembrar