Tingindo a tarde de cores O arrebol anuncia O fenecer de um dia Chamando os cantadores Pra enfeitar indolores Luas cheias de amor E o tempo grande pintor Borda de estrelas seu ego Cuia de poeta cego Tem versos de toda cor O pigmento verdoso Ou azulado das águas Barrento se faz em mágoas Num colapso estrondoso E por não ser muito zeloso O homem é quem senter a dor Quando o líquido incolor Diz nunca mais te navego Cuia de poeta cego Tem versos de toda cor As cores do horizonte Flutuam nos olhos dela Flocados de uma aquarela Mais bela que o leve monte Onde se derrama a fonte Cristalina do amor Paraíso gerador Dos sonhos que eu carrego Cuia de poeta cego Tem versos de toda cor Festejos de pastoris Cordão azul e encarnado O sorriso amarelado De um palhaço aprendiz Moça donzela, feliz Dizendo a ti me entrego Cuia de poeta cego Tem versos de toda cor