Eram pedrinhas de vidro verde Na lança dos dedos do par Na rua que não tinha nome Só um chão de terra não pode faltar Muro cercava um mistério Mas fronteira era a linha do mar Aonde afundam os barcos todos E se perdem os tolos que tentam pular Vem depressa que agora o céu vai se cobrir Vem de casa a voz bem forte pra nos avisar Cortina-de-chumbo depois de muito chorar no quintal Arquipélago de ilhas novas vai se formar por aqui Como capitão de barro Que carrega sonhos envolto em papel Velejamos tão distante Fora do alcance do sabor do fél Hoje naufraguei no tempo Mas ainda velejo pros lados de lá Sempre que escuto as águas Que do céu desagua pra me confortar Vem depressa que um momento logo vai surgir Revelando coisas novas de um velho lugar Vem ouvir canções de um universo particular Que possui milhões de estrelas Que são pra se dar