Nesta vida de tropeiro Vi cantar o João barreiro Sobre a quincha do seu rancho Eu só tenho o meu arreio E guapeio o tempo feio Na baeta do meu poncho O barreiro tem querência E por esta consequência Ele tem a sua morada E pra mim só o que resta É não mais que uma sesta Numa curva da estrada Um paisano milongueiro Canta alegre o João barreiro Um versito à sua amada O meu canto é para o vento Com acordes de lamento Assoviando pra boiada Ser tropeiro não me basta Pois, enquanto o gado pasta Dou uma canha pelo trago Mato a sede nessa fonte Desenhando no horizonte O ranchito bem quinchado Sigo assim nesse floreio Vou tropeando o gado alheio Já curtido de distâncias Atorado na guaiaca Vou juntando umas patacas Culatreando uma esperança Um ranchito eu quero ter Para então envelhecer Tendo alguém por meu lindeiro E me agrada na tronqueira Por vizinho de porteira Um paisano João barreiro