Ando pela rua E um mutilado Não de guerra mas de um abraço Estira o braço Que se estende além de mim Entro pela casa já vazia Não de gente mas de esperança E conto as sombras Que se perdem no jardim Esperando, chamando por mim Sigo a procissão Que pede a benção Não por credo mas por descrença E o som dos sinos Que diz não e que diz sim Ouço o trem que parte Não pros subúrbios da cidade Mas pro infinito E cada apito É como um triste adeus sem fim Esperando, chamando por mim Vou sem saber por onde vou Vim, sem querer, por onde vim Volto pelo mesmo caminho E me encontro esperando Chamando por mim.. .