Amar-te dócil murmúrio p’ra viver além do tempo Onde me invento, onde me invento P’ra dar-te o sentimento amanhecido p’lo olhar a dois Amar-te nesta loucura galopante De te querer quase sem querer Deixar-te, ver-te voar, ver-te dançar P’ra me abraçares depois Sou teu, sou teu ao primeiro beijo da manhã Quando o café deixa saudades no divã E te destapa a inocente gargalhada Segredas-me esta sorte a que pertenço Ao sôfrego raiar de um Sol imenso Sedento de te ver de novo Sedento de te ver amada Quando é minha a tua pele A anarquia dos sentidos é sentida por direito Deixas um beijo de mel Deixas um beijo E os nossos corpos unidos à mercê do mesmo leito Amar-te a vida corre num abraço que envelhece E que acontece E que acontece p’ra dar-te o mesmo amor Que te sorrio quando vais P’ra poder ver-te acordar uma vez mais