Fim de tarde em Lisboa Sol poente no rosto Prova-se um Tejo disposto Ao fim da tarde em Lisboa Quadro Malhoa Pintado a gosto por ti, Lisboa A pouco a pouco e quase a medo, cai o luar E chega o louco desassossego sem sossegar Um povo a nu, parte do zero sonhando à toa Assim és tu quando te quero, minha Lisboa Não são precisos pregões Nem arrufos de saudade Brejeiros engatatões Ou prostitutas de idade Não é preciso chorar A morte da Mouraria Ser o meu bairro a ganhar Nem Lisboa ser Maria Cidade do fim de tarde Sonhada por mim, um dia