Diariamente ela vem até a porta Com um jeito de quem pouco se importa E faz parecer que é um vício, um penar Ter que vir me olhar e de novo fazer Eu compreender que não posso tê-la muito E no entanto ela se dá E me deixa saber Segredos, anseios e tudo que há E pra ser normal e não ter que sonhar Só faz demonstrar Que o sonho termina quando a gente acordar E soubermos que tudo Não passou do que passou Por nós, mas não ficou Por entre muros