No apartamento discreto Onde abriguei meu afeto Hoje escondo a minha dor Sentindo a cada momento Avolumar-se o tormento Da ausência do meu amor. Passo horas esquecidas Olhando as ondas perdidas Num vai e vem de ilusão E a dança verde das águas Reflete a dança das mágoas Que invadem meu coração. Ouço um sutil tique-taque Quando fito o bric-a-brac Do nosso quarto desfeito Eu fico então contristado E esse rumor compassado É o soluçar do meu peito. Essa romântica história Não sai da minha memória Nem um minuto sequer Por mais cigarros que eu fume Guardo na boca o perfume Dos lábios dessa mulher... por nelson de campos