No apartamento discreto, Onde abriguei meu afeto, Hoje escondo a minha dor, Sentindo a cada momento, Avolumar-se o tormento, Da ausência do meu amor. Passo horas esquecidas, Olhando as ondas perdidas, Num vai e vem de ilusão, E a dança verde das águas, Reflete a dança das mágoas, Que invadem meu coração. Ouço sutil tique-taque, Quando fito o bric-a-brac, Do nosso quarto desfeito, E eu sinto então contristado, Que este rumor compassado, É o soluçar do meu peito. E esta romântica história, Não sai da minha memória, Nem um minuto sequer, Por mais cigarros que eu fume, Guardo na boca o perfume, Dos lábios desta mulher.