Oh! como o destino é falho Como é feliz teu canário Preso na tua afeição E eu sofro sem teu afeto Na vida apenas vegeto Com as penas desta ilusão Ele tem asas doiradas Aflições de asas quebradas É o que eu sinto dentro em mim E enquanto alegre ele canta Eu sufoco na garganta A mágoa que não tem fim Ele, quando o dia nasce Ganha uma folha de alface Eu anseio em sonhos vãos Eu sinto angustia dantesca Ele tem sol e água fresca Colhidas por suas mãos Diferente a vida rola Tens teu canário em gaiola E no peito um alçapão Podias fazer de conta Que eu sou na vida vitonta De prender meu coração