O que eu rimar vão usar contra mim num plenário Mas não oculto uma Mossul Iraque em cada bairro Que o GAECO finge que grampeia a ligação Pra ter como resultado dez no rabecão Vivo entre os órfãos da polícia, os órfãos do crack Os órfãos do álcool, os órfãos do cárcere Não esqueci do futuro promissor destroçado Que hoje aluga fuzil de precisão pra mega assalto Sei que a mudança vem quando tivermos no caderno O julgamento dos perpetuadores do nosso inferno Eles fizeram o troféu ser nosso roubo nos jornais Com status de quadrilha de profissionais Ser normal cê conhecer vários sentenciados Nenhum diplomado, e ter dez manos enterrados É finado, num anistia o PM assassino Que te raptou e desmembrou no sítio Que fez sua mãe pedir investigação ajoelhada Enquanto a fauna cadavérica te reduzia a ossada Pra mim não passou batido os homicídios sem solução Que o MP arquiva como guerra de facção Pra mim a Taurus tem que indenizar a família de luto Pelas tatuagens de pólvora feitas por seus produtos No meu raciocínio, perdoar só é divino Quando sua gente não é massacrada por grupos de extermínio. Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais Não esqueça as vítimas de Nova Iguaçu, Queimados Dos baleados segurando furadeira, macaco hidráulico Dos corpos da Vila Vintém, Barueri, Osasco Messejana, Fazenda Santa Lucia, São Gonçalo Não esqueça os óbitos coletivos de presidiário Que sobe um por dia sob custódia do Estado Pra opinião pública o cortejo tem aceitação Se o CEP do falecido indicar bolsão de exclusão Se comova com os finados no Teatro Bataclan Com os sacrificados pelo Talibã, Boko Haram Mas também ponha sinal de luto no seu perfil Pela destruição em massa na nossa Chernobyl Fim do politicamente correto pra direita É não punir gambé que ilegalmente descarrega escopeta Pra depois no YouTube montar canal Falar pro filho: Matei seu pai porque era marginal Normal pra pátria, líder na ONU em queixas anuais Por graves violações de garantias fundamentais Luto por direito a velhice, falecer de doença E não ser um número frio no gráfico da violência Queria morar no Afeganistão em conflito 40 mil velórios por ano, pra nós é armistício Conceder pra genocida absolvição É perdoar SS no campo de concentração Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais O Instituto de Segurança pública Omite 9 de 10 que sucumbirem em meio a súplicas Que por trás da mentirosa guerra ao tráfico Terminação sistemática de indesejados Drogas só tem concordância com pacificação Quando se introduz na frase a legalização Quando se espelha no Uruguai, Portugal, Jamaica No México, Holanda, Camboja, Croácia Aliás Oregon, Califórnia, Colorado Liberta e tira antecedentes de condenados por tráfico O sistema me queria perito em achar lugar deserto Pra ocultar cadáver de desafeto Ou sendo mais um cantor sem compromisso do brasil Comprando curtida no Instagram e 100 milhões de views Eu preferi ser só mais um que não ignora Que no país morrem 7 pessoas por hora Que o processo de eugenia nos nossos bairros Em Paris teria o título de atentado O atirador de Las Vegas precisaria Fazer o seu ato três vezes pra ter nossa cifra de um dia A diferença de hoje pro holocausto É que agora os caminhões de corpos são fechados Quero a paz mas o lema no vale dos funerais Tem que ser: Perdoar nunca, esquecer jamais! Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais Perdoar nunca, esquecer jamais Devemos isso pras vítimas dos massacres sociais Perdoar nunca, esquecer jamais Só assim reina a paz no vale dos funerais