Minha diferença é que enquanto os boys leem Mein Kampf Eu absorvo Marx, escuto Big e Tupac Enxergo que há um contrassenso, uma pátria pacifica Liderar o ranking de demanda por legistas Sou o que pensa como Al Capone, chefe de Chicago Quer vencer no crime? Se alie a prefeitos e deputados Não vejo festas, só informação privilegiada Pra enforcar patrão depois de envenenar cão de guarda Não erradicaram o massacre estrutural Trocando a resistência pela morte por intervenção policial As crianças seguem brincando e imitando presos Com relógios como braceletes de vigilância no tornozelo Corregedor ainda não adverte PM assassino Que diz que mais uma vez a caveira saiu sorrindo Sou verdadeiro nas ideias sem nenhum receio Nunca vi traficante roubando biscoito de recreio Nunca vi quem abre carro forte com explosão Tentando alimentar excluído com ração Não faço rap violento pra ser chamado de Gangsta Declaro guerra contra quem aniquila criança Pulo na bala pra vencer 500 anos de escravidão Mudar meio século de alienação da televisão Não me omito, pratico atentado terrorista Com uma caneta no lugar do galão de gasolina Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não tem um genocídio pra nos destruir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que o sonho não é catar os malotes e se evadir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não rasgam futuro na autópsia com bisturi Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não fazem lei pra nos aprisionar e oprimir Enquanto bebem Château, o aliciador Compra pequenos excluídos pra mandar pro exterior Pro europeu, melhor que um pet doméstico É adquirir uma criança no mercado do inferno Não vou fingir que não vejo os manos na pista Roubando equipamento de consultório, a mando de dentista Não minto, sou aquele com palavrão na letra Mas não o que faz louvor com moderninha batendo carteira Hit's pra mim é não sofrer coação diária Pra de B.O. em B. O., chegar na próxima faixa etária É denunciar que o sem o burguês a Tiguan do bacana Não viraria dublê no nome de um laranja O acesso ao estado continua pra periferia E a prisão em flagrante temporária preventiva Folclórica liberdade de expressão Sem limites, escalada de prédio pra deixar pichação A psicologia da dominação te quer refém Pra ver jovens pobres como a geração neném Pra que você reproduza argumento ridículo Que o Estado dá regalia pra bandido em presídio Eu não canto pra cadeira virar Mas pra político e gabinete virar fuligem no ar Eles tem o gene do pai, madrasta de Bernardo Jogam em contêiner de cemitério nossos ossos em sacos Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não tem um genocídio pra nos destruir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que o sonho não é catar os malotes e se evadir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não rasgam futuro na autópsia com bisturi Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não fazem lei pra nos aprisionar e oprimir Se o rap se calar a elite branca Inaugura no mínimo mais umas 1000 cracolândias Injeta na mente da criança ingênua Que ela nasceu pra metralhadoras e algemas Qual o problema em dizer que DP atrás de busão Cheio de gambé na oração pra não ouvir salve da prisão É consequência do povo indignado Por mais um jovem descartado como lixo pelo Estado Pela fila de autópsia com 1% de rico Pela fila com 5 mil entregando currículo Incomodo porque não quero pro Une nem bolsa Exijo a construção de faculdades nessa porra Porque fiquei com dó e levei pra casa Não o menor na rebelião, mas a problemática Ainda rendemos por horas o executivo Sem entender que nosso assalto reelege o político Ainda não vemos que é um suicídio anunciado Quando o interesse é só o Gol do fantástico Não importa se a verdade ficou arcaica e ofensiva Vou seguir rimando a cerimônia fúnebre e coletiva Fui lapidado pela Motown, Afrika Bambaataa Pela cultura dos Lowrider, boné, calça larga A meta não é ser musical, desculpa Jhow O foco é revolução e não meu flow Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não tem um genocídio pra nos destruir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que o sonho não é catar os malotes e se evadir Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não rasgam futuro na autópsia com bisturi Foda-se, foda-se, foda-se, não vou me omitir Fingir que não fazem lei pra nos aprisionar e oprimir