Carlos Eduardo Taddeo

Don Corleone do Gueto

Carlos Eduardo Taddeo


Tom: C

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     Am
Aí moleque não tem glamour em ser transferido
Do avião da PF pra outro presídio
     F
E em tá 22 horas na cela isolado
Torturado mentalmente incomunicável, monitorado
    Am
A multiplicação da pasta base de farinha
Nem sempre te dá duas van numa linha
      F
Com sorte termina num raio paraplégico
Sem sequela cerebral pra estudar o próprio processo
            Am
Sou a prova viva que seu sonho é suicida
Ostentei por anos o medalhão de patrão da firma
        F
Os cardeais da civil me chamavam de senhor
Comandante geral se desculpava por prender meu vapor
      Am
Me sentia intocável até ser acordado
Por uma equipe de captura invadindo meu quarto
       F
A contadora de cédula traz buceta, influência
Junto com ônus da inveja da concorrência
   Am
Reinei até um rival dar melhor remuneração
Pros vermes que eu pagava pra avisar sobre incursão
    F
As contas laranjas não compraram a fiança
Virei o trunfo do secretário de segurança
      Am
Nada deixa a opinião pública mais anestesiada
Do que a queda de um Don corleone na sua mansão confiscada
           F
Enquanto a mídia destacava meus perfume importado
O juiz da minha folha me dava vinte no fechado

        Am
Quando mais Ducati, escritura, ibope
Mais se aproxima a cela e o laudo cadavérico precoce
     F
Talhador de costela, muralha, tranca é o preço
Pago pelo título de Don Corleone do Gueto