Tenho saudade de mim mesmo, saudade sob aparência de remorso, de tanto que não fui, a sós, a esmo, e de minha alta ausência em meu redor. Tenho horror, tenho pena de mim mesmo e tenho muitos outros sentimentos violentos. Mas se esquivam no inventário, e meu amor é triste como é vário, e sendo vário é um só. Tenho carinho por toda perda minha na corrente que de mortos a vivos me carreia e a mortos restitui o que era deles mas em mim se guardava. A estrela-d'alva penetra longamente seu espinho (e cinco espinhos são) na minha mão.