A sombra azul da tarde nos confrange. Baixa, severa, a luz crepuscular. Um sino toca, e não saber quem tange é como se este som nascesse do ar. Música breve, noite longa. O alfanje que sono e sonho ceifa devagar mal se desenha, fino, ante a falange das nuvens esquecidas de passar. Os dois apenas, entre céu e terra, sentimos o espetáculo do mundo, feito de mar ausente e abstrata serra. E calcamos em nós, sob o profundo instinto de existir, outra mais pura vontade de anular a criatura.