Se deixaste de ser minha Não deixei de ser quem era Por morrer uma andorinha Não acaba a primavera Como vês não estou mudado E nem sequer descontente Conservo o mesmo presente E guardo o mesmo passado Eu já estava habituado A que não fosses sincera Por isso eu não fico à espera De uma ilusão que eu não tinha Se deixaste de ser minha Não deixei de ser quem era Se deixaste de ser minha Não deixei de ser quem era Vivo a vida como dantes Não tenho menos nem mais E os dias passam iguais Aos dias que vão distantes Horas, minutos, instantes Seguem a ordem austera Ninguém se agarra à quimera Do que o destino encaminha Pois por morrer uma andorinha Não acaba a primavera